No domingo à noite, lá pelas 22h, depois de receber algumas ligações, fui até o Hospital de Caridade. As reclamações eram, em suma, sobre a demora no atendimento. No horário que estive lá vi o atendimento fluir, mas no início da noite a situação estava critica.
Na edição de terça-feira do Jornal Integração, Jone Wulff, usou parte da sua coluna semanal para expor o problema. E essa questão do HCC dominou novamente os discursos dos vereadores na sessão desta semana.
Na tribuna, Jone Wulff expôs o que viu no domingo. “Mas o que é isso? Não tem um secretário ou diretor pra atender lá. O Márcio (Cardoso, assessor do vereador) teve que colocar uma gestante lá pra dentro pra ser atendida, levou no colo, se contorcendo de dor. Isso é inadmissível. Ninguém está me falando, eu estou acompanhando faz dias. Se vocês duvidam vão lá ver, mas não façam como o secretário (Vilmar Santos, da Saúde) que desliga o telefone e não nos atende”, desabafou Jone.
Reunião com o secretário
Jone Wulff também comentou na tribuna que na terça-feira esteve reunido com o secretário da Saúde, Vilmar Santos, e o administrador do Hospital. “Ele (o secretário) reconheceu que algumas falhas estão ocorrendo e que vai solucionar. Mas eles tem que ir lá e ver. É muito tempo de espera, pessoas sofrendo, mães, crianças. É inadmissível, e daí não tem um diretor pra conversar nessas horas. O diretor do hospital ganha uma fortuna pra trabalhar de segunda a sexta e as pessoas sofrendo lá no final de semana à espera de atendimento”, acrescentou.
Enquanto estava na tribuna, Joneexibiu um vídeo que gravou em frente ao hospital no domingo à noite. Com a promessa de mais agilidade no atendimento, o vereador não levou o vídeo para as redes sociais, apenas mostrou para os vereadores na sessão. “Está um caos”, avaliou após a exibição do vídeo.
Questionamento à saúde
No início desta semana, por conta da visita que fiz ao Hospital no domingo à noite, enviei para a Prefeitura, já que o HCC está sob intervenção municipal, um questionamento sobrequais as medidas que estão sendo tomadas para amenizar esta problemática da demora nos atendimentos.
A enfermeira Adriana Roloff, por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura, respondeu que se optou em nomear um enfermeiro para ser uma referência na acolhida e recepção ao paciente. Este enfermeiro terá papel fundamental na triagem, acolhimento e orientação aos usuários, bem como dar suporte nas demandas do Pronto Atendimento (PA) e prestar informações aos pacientes.
Na opinião da coluna, ter alguém no PA para ser os olhos da direção é fundamental. Informação é imprescindível para a sociedade e numa sala de espera hospitalar a agonia aumenta a dor se não houver um mínimo de humanização. Faço votos de que essa solução de fato reflita em agilidade nos atendimentos.
Setor defensivo
Igual um zagueiro, o vereador Leandro Gralha (MDB) foi à tribuna defender o governo. “Tu vai chegar ali (hospital) e vai ser atendido. Vai demorar? Claro que vai demorar. Tem gente que mora ao lado do Posto de Saúde e deixa pra ir no hospital de noite. Daí é a nossa saúde que está ruim ou a pessoa que não está sabendo usar? Vão lá na saúde e perguntem quantos exames são feitos e quantos vão realmente lá buscar depois. Tem pilhas de exames lá, que as pessoas fazem e não vão buscar”, pronunciou.
Eu concordo com o vereador no tocante aos exames,mas discordo de achar normal a demora. De fato é uma situação muito delicada essa dos exames, que só vai mudar quando a comunidade botar na cabeça que precisa ter mais responsabilidade. Nós, cidadãos, também precisamos ter zelo pelo dinheiro público.
Independente de qualquer argumento, é preciso agilizar o atendimento. Os problemas e causas são conhecidos, então que se promova a solução. Atitude. Desde uma conscientização para a sociedade buscar atendimento nas Unidades Básicas, ou estendendo o horário da Unidade Central para atender os casos menos urgentes como os triados com as cores verde e azul.
Estrada boa, transporte e internet
A sessão legislativa desta semana foi realizada na Linha Chapadão, na terça à noite, e contou com um bom público. A produtora Ana Carolina Benetti usou a tribuna para se pronunciar em nome os moradores.Ela comentou que a comunidade está criando uma comissão de mulheres e que a primeira atitude do grupo foi elaborar um diagnóstico do que as mulheres mais gostam de fazer e quais suas principais dificuldades.
E uma das principais carências delas é a locomoção. “A situação das estradas é realmente o que mais incomoda a nós moradores. E entre os principais motivos para uma estrada em boas condições é a saúde, se ocorrer algum acidente de trabalho aqui no interior, demoramos demais para deslocar até o Centro”, disse.
Outra carência é em comunicação. “Já tentamos trazer internet de fibra ótica para cá. Aqui não pega telefone. Então se houver uma internet de qualidade conseguimos resolver muita coisa por whatsapp, rede social, email”. Transporte coletivo até o centro foi outro ponto abordado por Ana.