GRAMADO – A sessão ordinária da Câmara de Vereadores da segunda-feira (15) teve uma grande diferença em comparação com outras sessões. O plenário Júlio Floriano Petersen estava lotado. Estavam presentes, agentes da Polícia Civil, Brigada Militar, Patram e Corpo de Bombeiros, acompanhando as discussões dos vereadores sobre o reajuste do auxílio moradia para as forças de segurança.
Cada servidor da segurança pública recebe hoje em Gramado, um valor de cerca de R$ 200. Esse valor é o mesmo desde 2012, quando o auxílio foi estabelecido. Recebem o benefício, agentes da Polícia Civil, Brigada Militar e Corpo de Bombeiros. Já os policiais ambientais da Patram não recebem o auxílio e agora buscam alternativas para serem incluídos.
O assunto foi levado à casa legislativa pelo vereador Renan Sartori (MDB), que solicitou ao Poder Executivo um estudo acerca da possibilidade de aumento do benefício concedido aos agentes de segurança. “Quando falamos de moradia, a cada ano que passa se torna mais caro e mais difícil de se morar em Gramado. E a pergunta que fica é: ‘nós, como gestores públicos, o que estamos fazendo para minimizar esse quadro negativo para nossos policiais e bombeiros? ”, questionou Renan em tribuna.
Para a tenente Marisa Richetti, do Corpo de Bombeiros de Gramado, o reajuste é necessário tendo em vista o alto custo de vida na cidade. “Por estarmos em uma cidade turística, o valor do aluguel é bem mais elevado do que em outras cidades, até mesmo para adquirir um imóvel. Gramado tem sim um custo de vida mais alto comparado com outras cidades. Com o aumento do valor da ajuda de custo, torna mais atrativo para que um servidor venha trabalhar e residir no município”, salientou a tenente.
Ainda, a tenente lembrou que a rotatividade de profissionais vem aumentando devido ao alto valor de alugueis na cidade. “Atualmente, por causa do elevado custo de vida, em habitação na cidade, temos uma grande rotatividade de efetivo, os militares acabam vindo para Gramado e não ficando muito tempo, devido não conseguirem morar em um imóvel adequado com sua família, e vão em busca de outra cidade para trabalhar. Ocorre que acabamos perdendo efetivo, e também perdendo excelente profissionais. Quanto mais tempo o efetivo ficar cidade, mais estará envolvido na comunidade e contribuindo cada vez mais, resultando nos excelentes atendimentos”, afirmou Marisa, alegando que consideram um valor de R$ 800 a R$ 1.000 mensais o adequado.
A situação é semelhante para os profissionais da Brigada Militar (BM). O capitão Marcelo Montini, Comandante da BM de Gramado também pontuou o aluguel alto na cidade. O reajuste é de fundamental importância, uma vez que ela visa subsidiar o aluguel que é bastante alto na cidade para os policiais e a permanência destes no nosso município, contribuindo assim para a segurança pública”, disse Montini.
Questionado pela nossa reportagem se a cidade estaria perdendo profissionais por essa razão, o comandante disse que: “Este fato é corriqueiro, tendo em vista o alto custo de vida no município”.
Montini fez questão de lembrar que essa reivindicação, por mais que necessária, não partiu dos policiais, mas sim do vereador. “Não há nenhuma reivindicação por parte da Brigada Militar. O que existiu é que fomos comunicados de que um dos vereadores levaria em pauta a questão do valor pago ao auxílio moradia, por isso estávamos presentes na sessão da câmara de vereadores”, lembrou.
Entramos em contato com a Prefeitura de Gramado, mas até o fechamento desta matéria, não obtivemos retorno.
Texto: Gabriel Bremstrop