A frase é de Francisco Terres da Luz, o Chico da Lugano, que vestiu a camisa da empresa em 1985 e nunca mais tirou. A história da Lugano começa em 1976, quando Lauri Casagrande começou a produção de chocolates. O nome da empresa foi inspiração em uma cidade suíça que se chama Lugano. Em 1985, Renaldo Schwingel, sogro de Chico, comprou a empresa e mudou do ramo dos transportes para a produção de chocolates artesanais, mesmo sem conhecer nada sobre a iguaria. Tal mudança ocorreu pensando no futuro das três filhas, Vera, Rose e Janete.
E deu certo. Tanto que em cinco anos o número de colaboradores havia sido triplicado para atender a demanda e a produção de chocolate passou de 500 quilos/mês para 2 toneladas/mês. Desde a aquisição da empresa por parte do sogro, Francisco passou a contribuir, ajudando na produção e também nas vendas. “Foi paixão desde o início”, confirma.
Naqueles primeiros anos, Chico cuidava nas vendas externas e a esposa, Rose, na loja situada na esquina atrás da Igreja São Pedro, onde também funcionava a fábrica e escritório da empresa. Logo foi inaugurada a primeira loja na Borges de Medeiros, em seguida a fábrica mudou-se para perto de onde está a Lebes e em 1992 chegou ao bairro Carniel, onde está até hoje. “O pavilhão tinha 2,2 mil m², era um salão de baile, ficou muito grande, mas tínhamos uma projeção de futuro e aos poucos o espaço foi ficando pequeno”, observa.

A loja temática pioneira foi inaugurada em 2004 e em 2013, Chico e Rose adquiriram 100% da Lugano. “Nós passamos a paixão pelo chocolate para os filhos, eles se criaram aqui dentro”, enfatiza.
A estreia da Lugano com loja fora de Gramado ocorreu em Porto Alegre. “A Lugano nunca pensou só em Gramado, expandimos para outras cidades e sempre atendemos hotéis, fazíamos produtos personalizados e começamos a formar parcerias para abrir lojas em outras cidades, depois de Porto Alegre fomos para o Rio de Janeiro e São Paulo e em 2015 iniciamos de fato o modelo de franquias e nos especializamos nisso”, relata Chico.
De lá para cá já foram vendidos 260 pontos, 123 estão em operação entre lojas próprias, licenciadas e franquias, e até o final deste ano a meta é abrir entre 40 e 50 novas lojas por franquias. A fábrica da Lugano produz atualmente mais de 100 toneladas/mês de chocolate para atender a demanda das nove lojas próprias (6 delas em Gramado), das franqueadas e também das vendas que ocorrem por meio da plataforma digital, que proporciona entrega em todos os estados brasileiros.
Uma das lojas abertas recentemente, junto ao Museu Casa do Major, na Rua Torta em Gramado, surpreendeu a Lugano pelos resultados positivos que tem gerado. “Ali é uma proposta diferenciada, e está surpreendendo, inclusive pela procura do próprio gramadense”, comemora.
PLANEJAMENTO – É preciso bastante agilidade e antecedência para lançar os produtos das principais temporadas do ano como Páscoa e Natal. Chico revela que a Lugano já está elaborando o mix de produtos e novidades para a Páscoa de 2024. O Natal deste ano já está com o planejamento todo pronto. “Em maio vamos lançar o Natal para as lojas franqueadas e em setembro vamos lançar a Páscoa do ano que vem, temos que ser muito ágeis. E tudo é desenvolvido aqui dentro da fábrica, temos um núcleo de desenvolvimento de produtos e embalagens, engenheiro de alimentos, o marketing, tudo em sintonia. Agora em março, neste mês ainda, vamos lançar um novo produto, daqui a pouco, logo depois da Páscoa vamos lançar uma linha baseada no avelã, enfim, estamos pensando em novidades o tempo todo”, revela.

RELACIONAMENTO – Chico faz questão de destacar a relação que existe com o quadro de colaboradores. Hoje a empresa é uma marca nacional que inclusive exporta chocolates de Gramado. O time é formado por mais de 400 funcionários em todos os setores, sem contar as franquias. O atendimento é especializado. “A gente busca fazer com que o colaborador tenha paixão pelo produto para transmitir isso para o consumidor, o cliente precisa perceber isso, por isso a gente aperfeiçoa o atendimento na lojas, fazemos treinamentos para se entender que o cliente da Lugano é diferenciado”, sublinha.
Seu Chico viveu muitos anos dentro da fábrica, a ponto de não viver sem. “Meu mundo é a fábrica, eu não sei onde eu iria se não viesse aqui, a produção, as lojas, eu transito em todos os setores o tempo todo”, frisa, orgulhoso por levar um pedacinho de Gramado para todos os estados.
