CANELA – De boatos até ser comentado na sessão da Câmara de Vereadores na noite desta segunda-feira (13), o secretário de Saúde, Leandro Gralha, está sendo acusado por uma servidora de ter supostamente cometido assédio contra ela.
O caso veio à público quando os vereadores Jefferson de Oliveira (MDB) e Jerônimo Terra Rolim (PDT) se manifestaram. O primeiro relatou o caso e revelou que a servidora do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), autora da denúncia contra Gralha, teria cometido uma cobrança supostamente indevida de uma senhora que buscou auxílio junto ao INSS e que teria conseguido e, após isso, teria exigido metade do valor da aposentada. Este caso foi denunciado pela aposentada, que registrou boletim de ocorrência contra a funcionária do CAPS.
“Esta servidora, após algumas ingerências, fez uma denúncia de assédio moral e sexual. Mas quem vai investigar e julgar é a Polícia e Justiça”, disse Jefferson. Já Rolim afimrou que vai propor uma CPI do CAPS. “Espero que assinem, vamos deixar assim? Se o secretário for inocente, foi pela CPI, se for acusado, da mesma forma. Ficar quieto com uma situação destas?”, indagou. Para a instalação da CPI são necessárias quatro assinaturas, sendo que três delas, o pedetista acredita que virá do próprio partido, além dele, Jone Wulff e José Vellinho Pinto.
A reportagem do Jornal Integração (JI) teve acesso ao boletim de ocorrência em que a servidora acusa o secretário. A data é de 6 de fevereiro e em um dos trechos a mulher alega que foi conversar com o secretário Leandro Gralha, mencionando acúmulo de trabalho e que teria ficado “constrangida” quando o acusado teria, segundo a denúncia, proposto sair para jantar com ela. Ela também alega que solicitou folga para cuidar da saúde, mas que o pedido foi negado.
Depois que o assunto ganhou repercussão, o Jornal Integração conversou com Gralha. Por telefone, ele negou as acusações e denunciou que ano passado estava “monitorando” a servidora, pois havia desconfiança que estaria supostamente fazendo cobranças indevidas de pessoas que solicitavam ajuda no Caps para que pudessem encaminhar algum benefício para o INSS.
Ele também mencionou que está sofrendo retaliações, pois em outra situação reduziu a carga horária desta servidora de 40h para 30h, além de ter diagnosticado excesso de horas extras, pois estaria ocorrendo “alto índice de internações via Caps, principalmente encaminhado nos finais de semana”. Este corte de gastos, segundo o secretário, teria gerado descontentamento por parte da servidora.
No boletim de ocorrência contra a servidores, tem o relato de um caso. Uma senhora de 65 anos, aposentada, teria conseguido um benefício de R$ 5 mil de auxílio e no dia que o dinheiro foi liberado, a servidora teria ido junto até a agência bancária para sacar o valor. Ao retornar ao Caps, a senhora entregou metade do valor para a funcionária que é contratada pela Secretaria de Saúde.
Ambos os casos estão sendo investigados pela Polícia Civil. A servidora atuava em regime de contrato emergencial com a Secretaria da Saúde, ela pediu licença e está afastada das funções. Ela ainda não se manifestou sobre o caso.
Texto: Tiago Manique – [email protected]
