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Três etapas, cinco anos e R$ 90 milhões: entenda o plano da Corsan para a região

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GIAN WAGNER
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REGIÃO – Três passos em três prazos. Cada um deles com uma série de ações e um orçamento de R$ 90 milhões. Essa é a estrutura do plano de ações da Corsan para acabar com os problemas de água na região apresentado na tarde de quarta-feira (29) na Prefeitura de Gramado.

O diretor-presidente da Corsan, Roberto Barbuti, e o diretor de operações, André Finamor, fizeram a apresentação e explicação do plano. Barbuti também aproveitou o momento inicial da apresentação para pedir desculpas à comunidade pelo ocorrido no final do ano passado, quando diversas comunidades ficaram sem água. “Nós lamentamos e pedimos desculpas à comunidade pelo ocorrido”, disse.

O plano de ações tem prazo final programado para dezembro de 2024. Ele foi dividido em três etapas. A primeira, de início imediato, tem prazo para finalizar até dezembro deste ano. A segunda etapa tem prazo até dezembro de 2021. Já a última etapa deve ser concluída até dezembro de 2024. Além dos investimentos sobre água, a Corsan também falou sobre seus planos para o tratamento de esgoto. “Aqui [em Gramado] é uma vitrine e a gente quer ser parceiro e vamos fazer nossa parte para isso”, disse. 

 

COMO FUNCIONA HOJE – Hoje a água vem de São Francisco de Paula, do Poço da Faca. Através de adutora a água chega em Canela, na Estação de Tratamento (ETA II), depois é distribuída nas duas cidades. Em 2018 a produção de água era de 328 litros por segundo. Destes, 170 litros por segundo são para Gramado. No ano passado a produção aumentou, mas ainda assim não foi capaz de suprir a demanda. Foram produzidos 395 litros por segundo e 228 l/s foram para Gramado. “Foi um acréscimo grande de 2018 para 2019, com obras que aumentaram a produção em 20%”, disse Roberto Barbuti.

 

ETAPA 1 – PRIMEIRO PASSO É EMERGENCIAL
O primeiro passo consiste na perfuração de dois novos poços, instalações de estações de tratamento de água provisórios e instalações de reservatórios. Além disso, deve ser iniciada a construção da nova adutora de água bruta que aumentará a capacidade da Estação de Tratamento 2 em Canela, beneficiando os dois municípios. O prazo para o fim destas obras é dezembro deste ano.

A Linha Quilombo receberá um poço artesiano perfurado direto no Aquífero Guarani, que terá em média 450 metros de profundidade e deverá verter cerca de 50 litros de água por segundo. Esse poço terá uma estação elevatória de água tratada (EAT), um reservatório e uma adutora de 2,2 quilômetros que o ligará à adutora Canela/Gramado, na altura da Avenida Central. O custo desta obra apresentado pela Corsan é de R$ 10 milhões.

Em Canela, haverá aumento na produção da ETA II, que manda água para Gramado, com a instalação de três ETAs compactas com capacidade de 30 l/s cada. O custo é R$ 1,5 milhões.

Para poder aumentar a capacidade de tratamento, a Corsan dará continuidade na obra da nova adutora de água bruta. A primeira parte começou em 2019 e leva água do Poço da Faca até as proximidades da ERS-235 (perto do pedágio). Essa nova etapa trará a água até Canela, na ETA II. O trecho terá 2,2 quilômetros de extensão e a obra terá custo de R$ 3 milhões.

 

VÁRZEA GRANDE – Para a Várzea Grande, que concentra cerca de um terço da população gramadense, a Corsan preparou um subsistema. Também será perfurado um poço na localidade de cerca de 700 metros de profundidade e com vazão de 50 litros por segundo. Haverá também um reservatório com capacidade para dois milhões de litros, segundo a Corsan, suficientes para aguentar até 30 horas de consumo. “Será quase um sistema independente para a Várzea Grande”, disse André Finamor. O custo da obra é de R$ 8 milhões.

 

ETAPA 2 – REESTRUTURAR
A segunda etapa tem prazo para dezembro de 2021. Será concluída a nova adutora São Chico/Canela (4,5 quilômetros restantes). Essa obra tem custo de R$ 15 milhões e o aumento da água bruta na estação será superior a 100% (mais que dobrar).

Inicia também nesta fase a nova adutora Canela/Gramado, em um trecho de 5,5 quilômetros da Estação 2 até a Vila Suzana. A obra tem estimativa de custo em R$ 13 milhões. Esse será o trecho 1 da nova adutora, que será construída em três trechos. Será instalado um reservatório no Expogramado com capacidade para 2 milhões de litros de água e será feito um trecho da nova adutora entre o booster Florybal (booster é um aparelho que dá pressão à água) até o Expogramado. Estas obras estão estimadas em R$ 9,5 milhões, com exceção do reservatório, com custo de R$ 3 milhões. Este reservatório beneficiará os bairros Dutra, Moura, Piratini, Planalto, Morro dos Cabritos e parte do Centro.

 

ETAPA FINAL – CONCLUSÃO DO PLANO

É a fase final e a que tem o maior prazo. A conclusão está prometida para até dezembro de 2024. Nesta fase será feito o trecho de ligação da nova adutora, entre a Vila Suzana e o booster Florybal. A obra custará R$ 4 milhões. Haverá aumento ainda na produção de Canela que passará a produzir 600 litros por segundo. Será duplicado o bloco hidráulico da ETA II. Essas obras terão custo de R$ 17 milhões. Além disso, a etapa final consiste ainda em um reservatório de 2 milhões de litros no Aspen, na saída para Nova Petrópolis, com custo de R$ 3 milhões. “No agregado, estamos nos comprometendo com um investimento que pode ultrapassar os R$ 90 milhões”, disse o diretor-presidente da Corsan.

 

TRATAMENTO DE ESGOTO
Além da água, um outro gravíssimo problema é o tratamento de esgoto. A Corsan prometeu fazer investimentos que alcançam índices de 55% de esgoto tratado em Gramado e 50% em Canela. A Corsan disse que ampliará o sistema de esgotamento sanitário da Linha Ávila e redes coletoras. Deverá ainda ser feita uma nova Estação de Tratamento de Esgoto em Santa Terezinha e mais quatro ETEs compactas em Canela.

“Os investimentos em tratamento de esgoto na Região das Hortênsias até a universalização serão de R$ 150 milhões”, disse Barbuti. Ele explicou que está em andamento uma parceria público-privado (PPP) e que o edital já foi lançado, com leilão previsto para final deste ano.

 

RESERVATÓRIOS E APRESENTAÇÃO EM CANELA
O assessor do Gabinete do Governador, Caio Tomazeli, falou que a culpa das faltas de água não é somente da Corsan. “A crise que se deu mostra dois lados: o abastecimento que falhou e a reserva individual, que precisa ocorrer para superar os períodos de pico de consumo. Toda residência tem que reservar, pois isso aumenta ainda mais a capacidade de se manter”, disse.  Roberto Barbuti também comentou em auxiliar a Prefeitura a subsidiar reservatórios individuais para moradores. Terminada a apresentação em Gramado, a diretoria da Corsan apresentou o plano de ação das Hortênsias na Prefeitura de Canela.

 

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