Equipes percorreram lojas da cidade durante esta semana (Foto Procon, Divulgação)
O Procon Caxias do Sul deu início, na quinta (21/11), à fiscalização das vendas online da Black Friday, que tem seu auge na sexta (29/11). No entanto, muitas empresas já estão oferecendo produtos com descontos. Na terça e quarta (19 e 20), os fiscais do Procon acompanharam os preços praticados nas lojas físicas e orientaram os empreendimentos para a adequação às leis referentes à promoção.
As equipes coletaram informações de preços de produtos e serviços em promoção para comparar e poder verificar se as vantagens são reais ou se estavam maquiadas, com distorção nos valores. O Procon trabalha com um banco de precificação para ter melhor e mais real controle das variações dos preços durante o período da Black Friday. "Queremos evitar que os consumidores sejam lesados por falsas informações, sejam vinculadas a promoções ou a qualquer outra atividade do meio produtivo”, afirmou o coordenador do Procon Caxias do Sul, Luiz Fernando Del Rio Horn.
Desconfiança com as promoções
Pesquisa realizada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul indica que 50% dos consumidores entrevistados não pretendem ir às compras na Black Friday. O principal motivo é a desconfiança em relação às promoções apresentadas.
Aqueles que aproveitarão a campanha pretendem gastar média de R$ 663,40, valor bem superior em relação a outras datas comemorativas. Para o presidente da entidade, Ivonei Pioner, o consumidor espera e se prepara para esta campanha. “Muitos se organizam o ano inteiro para adquirirem os produtos com a economia encontrada na Black Friday”, enfatiza.
Móveis aparecem no topo das preferências de compras, com 15% de indicações. Na sequência, aparecem eletrodomésticos, com 14%; roupas e acessórios, 13%; eletrônicos, 12,5%; e promoções de serviço, como descontos em academia, viagens e beleza, 10%.
O principal diferencial da Black Friday em relação às outras datas é a motivação de compra. Enquanto nas demais o objetivo é presentear terceiros, nesta, a compra é para uso próprio. Segundo a pesquisa, 82% dos entrevistados afirmaram que os produtos adquiridos na data não serão presentes.
O pagamento à vista é a forma escolhida por 60% dos participantes: 44% em dinheiro e 16% com cartão de débito. A opção do cartão de crédito foi feita por 31%. Apesar das ofertas online, a preferência ainda é para o comércio físico. A compra virtual é a escolha de 23% dos pesquisados.
Faturamento de R$ 650 milhões
A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS) estima em R$ 650 milhões o faturamento no comércio gaúcho em razão da Black Friday. Do montante, R$ 214 milhões serão por meio virtual. No Brasil, a projeção de vendas online é superior a R$ 3 bilhões. “A Black Friday já se caracteriza por ser uma data muito forte para o varejo. É um momento onde os lojistas podem oferecer descontos atrativos e impulsionar as vendas, já aquecendo os negócios para o fim de ano”, observa o presidente Vitor Augusto Koch.
De acordo com o dirigente, a campanha vem sendo ampliada pela maioria das lojas, especialmente as físicas, ao lembrar que muitas empresas antecedem o dia oficial com uma semana de ofertas. As lojas físicas estão aprimorando a relação com os fabricantes, ganhando competitividade em relação aos portais do comércio virtual. A diferença de preço entre os dois modelos de venda é cada vez menor. “Os custos da loja física são maiores. Além de geradoras de emprego direto, investem em exposição de vitrines e layout para satisfazer o consumidor. Mas boas negociações com os fornecedores estão garantindo preços atrativos até em produtos em lançamento. No caso específico da Black Friday, os maiores descontos ficam para mercadorias que estão prestes a sair de linha”, acrescenta.