CANELA – O secretário do Meio Ambiente, Jackson Muller, citado pela Polícia Civil (PC), como próximo investigado da operação Caritas, está de férias. Falando ao Integração Multicomunicação, ontem pela manhã, Muller disse que prefere se ausentar da secretaria para que a autoridade tenha plenas condições e liberdade de fazer a investigação. “Eu não posso fazer de conta que não está acontecendo nada”, expressou ao lamentar o fato de ter sido citado pessoalmente pela PC e lembrar que como professor de universidade, recém aposentado, lecionava justamente para futuros policiais civis técnicas de investigação.
Após o período das férias Muller fará nova avaliação sobre o andamento da investigação e planeja se manter afastado para não ser acusado de atrapalhar o serviço da PC. Quanto as acusações, refuta todas, já que, segundo ele, não há um único processo conduzido pela secretaria que não tenha a participação da equipe técnica. “Eu não faço nada sozinho, nem uma reunião sequer”, comentou e acrescentou que jamais colocaria sua reputação em xeque e nunca passaria perto de lograr para si recurso público indevido. “Tenho meu pai que é Padre, minha família, eu não posso incorrer em erro e nem mesmo passar perto disso”, explicou. (O pai de Jacson ficou viúvo aos 47 anos e após isso se dedicou ao sacerdócio).
Sobre os motivos para ser citado como próximo investigado Muller tem várias hipóteses, mas não quis entrar no mérito neste momento. “Mexemos com muita gente grande com as ações da secretaria”, limitou-se a pronunciar. Incitado pelo Integração sobre quais ações seriam essas, citou o exemplo do inquérito administrativo sobre os residenciais privados, que foram licenciados na prefeitura como loteamentos e depois as áreas públicas foram tomadas e o acesso limitado aos moradores internos. O valor a ser reembolsado ao município por seis desses residenciais ultrapassa 120 milhões de reais.
Naquele mesmo documento a Policia cita também como próximo investigado o ex-secretário do Turismo, Ângelo Sanches, exonerado do cargo pelo Prefeito no dia 20 de dezembro.As defesas dos dois investigados presos Ademir Colombo, o Junta (23 de dezembro) e Alberi Dias (28 de dezembro), tentaram novamente a soltura de seus clientes, mas o Juizo negou, em julgamento de ontem à tarde. Segundo o juiz Vancarlo Anacleto, que assina o despacho, por não haver fato novo. O magistrado destacou, inclusive, o fato de, desta vez, o Ministério Público, também, ter se manifestado contra o relaxamento da prisão. Como o promotor titular da comarca de Canela, Paulo Vieira, está de férias, Bruno Pereira Pereira, de São Francisco de Paula, responde pelo caso. Mesmo após sua volta, Vieira deverá se declarar suspeito por ser amigo de Jacson Muller e Bruno seguir no caso.
Texto: Cláudio Scherer – [email protected]













