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“É a pior época para se fazer uma obra desse tamanho”, reclama empresário

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CANELA – A obra de repavimentação do asfalto na avenida João Pessoa está chegando ao fim, nesta sexta-feira (17). Os trabalhos incluíram, além da substituição do asfalto, a implantação de redes de coletas de esgoto e estruturas de drenagem, desde o dia 6. A avenida Júlio de Castilhos também está passando pelo processo de repavimentação e os operários, com o fim das obras na João Pessoa, concentrarão o trabalho na via, a partir de amanhã (18). Apesar de serem obras que trarão melhorias, os empresários que possuem empreendimentos nos dois trechos estão irritados com os transtornos que estão sendo causados, citando, principalmente, a obstrução das vias e erro de planejamento em relação à época do ano escolhida para a realização das atividades.

De acordo com a Prefeitura, estas obras darão margem para que as ações de saneamento sejam amplificadas na João Pessoa, já que não havia uma rede de esgoto no trecho em que a avenida está situada. As ações estão sendo conduzidas pela Empresa Gaúcha de Rodovias e pela Corsan, nas vias que formam a ERS-235.

A intenção da EGR é terminar a repavimentação da avenida Júlio de Castilhos até a segunda (21). A via ja possui rede de esgoto e, por isso, não receberá intervenção da Corsan.

Operários trabalhando em frente ao Supermercado Rissul – André Fernandes/Divulgação

RECLAMAÇÕES

Ruan Caviquioli, proprietário da Agropet Noel, empresa situada na avenida João Pessoa, criticou a falta de planejamento com que as obras estão sendo executadas e descreveu as principais adversidades ocorridas em consequência das intervenções.

“As ruas ficaram trancadas. A João Pessoa é a principal rua de comércio da cidade, além de ser ponto de acesso para diversos bairros e porta de entrada para os turistas. Enfim, é a pior época para se fazer uma obra desse tamanho. Estamos na metade de dezembro e amargando um mês que achávamos que ia ser muito melhor. Os principais transtornos são os trancamentos das ruas e a má supervisão da parte da Corsan, principalmente. Eles ‘metem’ uma máquina, um caminhão no meio da rua, trancam tudo, abrem um buracão (sic), e logo depois acabam abrindo outro do lado. É sem planejamento, sem nada. Eles trancam a rua, deixam e estão nem aí. Não terminam um local e já partem para outro. Eles deviam fazer uma força-tarefa, por se tratar de obra tão grande”, observou.

Cláudio Casagrande destacou que, antes de obras deste porte ser iniciadas, precisa-se de um aviso prévio, afim de não prejudicar os empresários. Em sua explanação, ele também comentou que os responsáveis poderiam ter esperado um pouco mais para a realização das ações. Casagrande possuí um comércio na avenida Júlio de Castilhos.

“Não foi avisado o comércio, não foi avisado a Associação Comercial e Industrial de Canela (ACIC), não foi avisado ninguém que a obra ia ocorrer nas últimas semanas do mês de dezembro (na avenida Júlio de Castilhos), que são as últimas datas que podemos fazer uma venda um pouco melhor no comércio. Justamente neste período, trancaram a rua, o fluxo. Com certeza prejudicou bastante a circulação das pessoas, em todo o centro, e já vinha sendo prejudicada com o fechamento da João Pessoa. Acreditávamos que o transtorno não ia chegar nesta última semana, poderia ser esperado mais alguns dias para essa obra acontecer. Sabemos da importância da obra, mas tem quer ter uma programação, uma organização, tem que ter aviso, data. E não, simplesmente, fechar as ruas e deixar todo mundo sem saber o que ta acontecendo, com as calçadas todas sujas, trancando a circulação e todo mundo precisando fazer as últimas vendas do ano para fazer o pagamento dos funcionários, do décimo terceiro, fazer o fechamento do ano, para poder ter uma tranquilidade, já que foi um ano bem complicado por conta da pandemia e fechamento do comércio”, revelou.  

O gerente da Lojas Colombo, André Debastiani, fez coro aos colegas lojistas e reclamou da época escolhida para a realização da repavimentação. Ele também falou que as dificuldades que as obras causam, em relação à mobilidade, acabam fazendo com que os clientes escolham outros pontos de compra.

“Esclareço que não somos contra o desenvolvimento da cidade, às reformas ou a questão de nós termos uma mobilidade melhor, isso precisa e existe o transtorno de trancar a rua mesmo. Nossa questão é em relação à época. Criam-se transtornos desnecessários, se tivesse sido programado que seria feito em dezembro ou deixado para janeiro, tudo bem. Se programem para fazer antes, sabemos que a Júlio é uma das principais ruas do comércio de Canela, onde o pessoal vem para fazer suas compras. A época de fazer compras é agora no Natal, daí prejudica o comércio que está concentrado na Júlio e na João Pessoa. Nós lojistas temos os caminhões que vem descarregar as mercadorias ou levar para os clientes. Muitas vezes nós temos horários para fazer isto, temos que entregar uma mercadoria para o cliente, pois ele vai sair para trabalhar ou está esperando para receber e o caminhão não consegue chegar até a loja. Uma grande porcentagem de clientes deixa de vir por conta da mobilidade. Teve um cliente, que mora no Laje de Pedra, que não veio até aqui, pois ele necessitava da entrega. Ele acabou indo na loja em Gramado. Então prejudica”, sublinhou.  

A próxima via que também faz parte da ERS-235, dentro do município, é a Osvaldo Aranha. A EGR ainda não passou uma previsão para a Prefeitura em relação à data em que ela será mexida.

O que diz a Prefeitura

“O cronograma de atividades e obras não depende apenas da Prefeitura, mas do cronograma proposto pelo Estado. Todas as obras causam transtornos e necessitam de ajustes para sua execução. Ao final os benefícios serão muitos, como a remoção dos pontos frágeis e com buracos, colocação da rede de coleta de esgotos e melhorias na rede de drenagem pluvial, ampliando as medidas de saneamento, qualificação da mobilidade entre outros benefícios. A vida no meio urbano exige a adaptação de todos. O prazo de execução é curto e amplia os resultados positivos no final. Destaca-se que obras desse tipo envolvem muitos participantes e contam com a capacidade de adaptação dos comerciantes, prestadores de serviços, comunidade e poder público, uma vez que visam melhorar as condições das vias, do saneamento e da mobilidade, com período curto de execução. O cronograma de execução depende do clima, da movimentação de maquinário e disponibilidade de diversos insumos (brita, asfalto, tinta de imprimação) que tiveram sua produção comprometida pela pandemia de covid-19”

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