Luciana Ferreira Laranjeira

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ENTREVISTA PUBLICADA NO JI EM 20.03.2020

Quem é ela?

Luciana Ferreira Laranjeira

Médica pediatra

Como se define?

Uma pessoa afetiva e forte. Que adora a profissão, a família e faz de tudo por todos.

RELATO PESSOAL:

A Dra. Luciana é natural de Porto Alegre-RS. Nasceu em 14 de julho de 1956.

Durante sua trajetória escolar estudou em 13 colégios e morou em 17 cidades devido à profissão de seu pai, que seguidamente era transferido de município. Formou-se pela faculdade de Pelotas em 1979 e fez residência em Pediatria no Hospital Conceição e mestrado em Pneumologia na Santa Casa, ambos em Porto Alegre. Luciana mora em Canela desde 1984, é casada com o Dr. Roberto Laranjeira e eles têm três filhos: Andréia, Laura e Felipe e os netos Ricardo, Manuela, Lara e Samira.

Qual seu sonho de menina e o que marcou sua infância?

Sou a filha mais velha de um general de exército e de uma assistente social. Tivemos muita sorte, pois meu paiapesar de ter uma profissão exaustiva, cursou Psicologia aperfeiçoando seus conhecimentos para poder dar o melhor pra mim e minha irmã Liliane. Minha mãe cuidava de nós com muita dedicação.  E eles nos ensinaram a  sermos humildes, nos colocarmos no lugar do outro e ajudar a todos. Com onze anos o meu sonho era ser freira.

RELATO PROFISSIONAL:

Quando e como você descobriu que tinha vocação para ser uma profissional desta área?

Com quinze anos fui fazer intercâmbio em Detroit, nos EUA, e ia com meus colegas que faziam trabalho voluntário num hospital infantil. Lá eu vivi muitos momentos que marcaram minha vida, me emocionei, chorei, senti e vi que sendo pediatra era a minha chance de ajudar.

Com a ideia fixa em ser médica, saí de casa cedo a fim de estudar. Tive que ficar no Sul, enquanto minha família foi morar em Brasília. Foi um período bem complicado, eu sentia muita saudade da família, porém estudava muito, morava em pensionato e era uma aluna brilhante, focada.

O início de tudo:

Após me formar e me sentir preparada para atender, dei início a minha carreira profissional. O meu primeiro trabalho foi na UTI pediátrica do Hospital da Criança Conceição, onde atuei por três anos.

Em janeiro de 1984 comecei a trabalhar na Clínica Cardiocor e no Hospital de Canela. Na época, os colegas médicos da cidade fizeram muita pressão para que não ficássemos aqui (eu e meu marido que também é médico), mas a população nos apoiou e com o tempo tudo se acomodou. E mesmo fixando meu trabalho em Canela, continuei indo fazer plantões na UTI pediátrica.

Em 1997 eu e meu marido abrimos nossa primeira clínica, na rua Augusto Pestana, a Clínica Médica Laranjeira. Iniciamos com três consultórios e uma sala de procedimentos atendendo clínica, cirurgia e pediatria. Com a chegada dos nossos filhos e genros, inauguramos a Clínica CEM – Centro de Especialidades Médicas, com bloco cirúrgico para cirurgias oftalmológicas, dermatológicas, cirurgias de pequeno porte, endoscopia e colonoscopia. Agregamos outro colega a nossa família médica e felizes aguardamos em breve a atuação do novo cirurgião plástico, nosso filho, Felipe.

Além disso, contamos também com a Clínica de Vacinas, que funciona junto à Clínica Médica Laranjeira.

Os seus maiores desafios:

Trabalhar no hospital de Canela na época que iniciamos foi um período desafiador e ao mesmo tempo feliz e gratificante. Além de atender como pediatra, eu também auxiliei meu marido nas cirurgias, durante 28 anos. Lembro que o hospital não tinha plantonista, nós éramos chamados a toda hora para prestar atendimentos. Porém, meu marido e meus filhos sempre foram exemplares, quando tocava o telefone, já saiam correndo pegar a bolsa de atendimento.

Nossos filhos conheceram as antessalas cirúrgicas e todas as camas da pediatria do Hospital de Canela, de tantos dias que tiveram que nos esperar encerrar o atendimento pra irmos pra casa. E na idade escolar de meus filhos, sempre adquiri muitos livros pedagógicos e antes de sair de casa para o trabalho, deixava a eles questões para interpretação de texto e matemática, como uma preparação para as aulas, e cobrava o tema feito quando voltava.Um dia cheguei em casa a 1h30min da manhã e encontrei o Felipe na escada me aguardando, dizendo que não podia dormir sem me mostrar os temas.

A responsabilidade:

Minha capacidade de doação sempre foi enorme. Tinha muita responsabilidade com meus pacientes. Não me lembro de ter dito: “Não posso atender!” para alguém.

Acho que afeto, limites e exemplo de amor ao próximo foram a minha fórmula.

Suas maiores conquistas:

Me sinto realizada de ter meus três filhos agora, nossos colegas, responsáveis profissionalmente e com suas famílias. Me sinto muito feliz por ter participado do nascimento, sonhos, doenças, angústias e conquistas da maior parte da população dessa terra. Agradeço a minha família, que sendo como são, me deixaram livre para trabalhar!

Sua mensagem:

Mulheres batalhadoras, determinadas, de coragem e fé.

Na vida é necessário sonhar e lutar pelos sonhos.

Admiro as mulheres que trabalham, que lutam, que transmitem o seu melhor para todos.

Minha mensagem de admiração e força para as mães que têm filhos com problemas graves físicos ou emocionais. Mães que lutam e abrem mão da própria vida para dar um acalento para seus filhos, estamos juntas!

Tudo passa.Vamos nos cuidar. O coronavírus também vai passar.

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