ESTADO – O número de casos de hepatites virais aumentou no Rio Grande do Sul no ano passado. 7,6 mil pessoas foram diagnosticadas com hepatite A, B ou C, o que representa elevação de 14,5% em relação a 2017. A hepatite C teve mais de 5,8 mil novos casos. Contudo, o que teve o maior aumento foi o tipo A, com alta de 2,5 vezes.
Com base nos números, foi feita uma análise do perfil epidemiológico das hepatites virais, em conjunto com o HIV/Aids, permitindo identificar as áreas de maior risco no Rio Grande do Sul.
São considerados prioritários 62 municípios, levando em conta os índices de hepatites B e C, Aids e sífilis. Dentre eles está Canela, a única cidade da Região das Hortênsias. Os dados de 2018 foram fechados neste mês, que recebe o nome de Julho Amarelo, em conscientização sobre a doença e, tem em 28 de julho, o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais.
As hepatites virais são doenças infecciosas que afetam o fígado. Não costumam apresentar sintomas. Quando aparecem, os mais comuns são cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
As Unidades Básicas de Saúde de Canela oferecem testes rápidos para a detecção de hepatites. Elas são o primeiro passo para o diagnóstico precoce da doença e sua prevenção, pois possibilita interromper a cadeia de transmissão. O Rio Grande do Sul apresentou uma grande evolução no número de testes rápidos realizados pelos municípios. Em 2018 foram mais de 645 mil exames, aumento de 28% em relação ao ano anterior e mais de quatro vezes superior à quantidade realizada em 2014.
Exames podem ser feitos nas UBSs de Canela
Em Canela, no ano passado foram diagnosticados 28 casos de hepatite C e um de hepatite B. neste ano, até sexta-feira passada, 13 novos casos foram diagnosticados de hepatite C e novamente um de hepatite B.
No município, todas as Unidades Básicas de Saúde disponibilizam testes rápidos para todas as hepatites virais, bem como HIV e Sifilis. O diagnóstico é feito por meio de um exame de sangue, que é específico para identificar o tipo de vírus que está causando a hepatite. "Somente com exames de sangue é possível saber se está ou não com alguma das hepatites virais. A hepatite C tem cura, ao contrário da hepatite B. No caso da hepatite B, os tratamentos procuram controlar para não evoluir para cirrose ou câncer", explica a Secretaria de Saúde de Canela.
SAIBA MAIS
Hepatite A
Casos diagnosticados em 2018 no RS: 157 (153% a mais que em 2017).
Transmissão: ingestão de água ou alimentos contaminados pelo vírus, contágio oral-fecal e oral-fecal durante prática sexual.
Prevenção: ingerir água tratada ou fervida, lavar bem alimentos crus (frutas, verduras e legumes), cozinhar bem peixes, mariscos e crustáceos e higienizar bem as mãos após usar o banheiro.
Hepatite B
Casos diagnosticados em 2018 no RS: 1.668 (14% a mais que em 2017).
Transmissão: compartilhamento de materiais no uso de drogas injetáveis, inaladas e pipetas; relação sexual sem o uso de preservativos, uso de materiais perfurocortantes não esterilizados (alicates de unha, aparelho de barbear e depilar, instrumentos de tatuagem e piercings, materiais cirúrgicos ou odontológicos); e, no parto, caso a mãe seja portadora (transmissão vertical).
Prevenção: uso de preservativos em todas as relações sexuais, esterilização adequada e não compartilhamento de materiais perfurocortantes.
Hepatite C
Casos diagnosticados em 2018 no RS: 5.853 (13% a mais que em 2017).
Transmissão: compartilhamento de materiais no uso de drogas injetáveis, inaladas e pipadas; relação sexual desprotegida, uso de materiais perfurocortantes não esterilizados e quem recebeu transfusão de sangue anterior a 1993 corre o risco de ter sido contaminado.
Prevenção: uso de preservativos em todas as relações sexuais, esterilização adequada e não compartilhamento de materiais perfurocortantes.
Números no Rio Grande do Sul
Ano Hepatite B Hepatite C
2014 74,9 mil 73,2 mil
2015 81,2 mil 127,8 mil
2016 155,4 mil 165,3 mil
2017 253,4 mil 251,2 mil
2018 317,9 mil 327,4 mil