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Safra de pinhão tem queda de 50% no estado

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As araucárias compõem um retrato único nos Campos de Cima da Serra. Um dos municípios que concentram a beleza cênica dessas matas é São Francisco de Paula, que conta com a maior área de araucárias do Rio Grande do Sul. Em plena safra do pinhão, o município deve colher 60 toneladas, quebra de 150% em relação ao ano passado, quando chegou a 150 toneladas. No Estado, a produção deve ser de 400 toneladas, 50% menor do que no ano passado, conforme levantamento da Emater, conveniada da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.

Os principais motivos para a redução, de acordo com a Emater, foi o clima em 2017. A produção da semente sofreu impactos decorrentes da distribuição pluviométrica, com excesso de chuva, estiagem e geadas fora de época. A colheita se estenderá até o final deste mês, de acordo com portaria publicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais, que regulamenta a atividade.

A agricultora Marley Zambelli cultiva milho e cria pequenos animais como porcos e galinhas durante o ano, mas nesta época se dedica totalmente à colheita e ao beneficiamento do pinhão. “Este ano, a produção foi baixa, mas nos outros, quando a safra é maior, dá uma renda boa. A gente defende o ano com a colheita do pinhão”, conta.

Marley aguarda a liberação de R$ 39.996 do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais para investir na Agroindústria Recanto das Araucárias. Com a liberação do dinheiro e a compra dos equipamentos, como mesas, tanque, fogão, máquina de moer e descascar o pinhão, parte do beneficiamento passará a ser feito de forma mecanizada, e não mais manual, como realizado até hoje.

A agricultora vende in natura o pinhão que colhe diariamente e também produz bolos, paçoca, farinha, pastéis e croquetes. O ponto alto da comercialização é a Festa do Pinhão de São Francisco de Paula, organizada pela prefeitura e realizada, neste ano, entre 7 e 9 de junho, recebendo em torno de 20 mil visitantes.

Para o produtor Claiton Boff, do distrito de Samambaia, o pinhão é uma das principais fontes de renda do inverno. E vale a pena, garante. “Hoje o quilo do pinhão custa R$ 10, e qualquer punhado de pinhão dá um quilo”, conta. No comércio, o valor pago varia entre R$ 10 e R$ 12 o quilo. Para o extrativista, o preço pago pelo quilo varia entre R$ 7 e R$ 9.

A extensionista rural social da Emater Sandra de Moraes Silva afirma que a maioria dos produtores ainda não utiliza a semente como fonte de renda. Apenas 95 famílias das 1.050 envolvidas com agricultura familiar em São Francisco de Paula utilizam o pinhão para este fim. E esse número pode ser muito maior. “Conforme o produto vai se valorizando no mercado, o interesse e o envolvimento aumentarão. Aconteceu assim também com o queijo serrano”, avalia. Segundo Sandra, o pinhão é matéria-prima para uma série de produtos, como leite de pinhão e farinhas.

 

 

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