REGIÃO – Tensão, alívio e alegria. Estes três sentimentos tomaram conta dos simpatizantes do ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva (PT), desde o momento que foi iniciada a apuração dos votos no domingo (30), que elegeu o petista para comandar o país a partir de janeiro de 2023.
Na eleição mais apertada da história do Brasil, Lula foi eleito com 60.345.99 (50,90%) e Bolsonaro obteve 58.206.354 (49,10%), diferença de 1,80%, pouco mais de 2 milhões de votos.
Quando às 18h44, Lula passou a frente do atual presidente as primeiras celebrações ocorreram, mas ainda de forma contida. A medida que as urnas iam sendo apuradas e o petista mantinha uma certa distância, antes mesmo da confirmação oficial, já se ouvia celebrações de buzinaço nas ruas da região.
A festa teve um ponto de concentração em Canela, onde reuniu também militantes de Gramado, na rua Augusto Pestana, atrás da Catedral de Pedra. Jovens, homens, mulheres, idosos e crianças, cantavam e pulavam junto com muitas bandeiras a vitória de Lula.
Ex-vereador de Gramado e presidente municipal do PT, Gilnei Benetti comemorou o crescimento da votação do partido em relação a 2018 e fez uma avaliação do que projeta no novo governo para as políticas internas e externa.
“Avalio como positiva, aumentamos a votação em relação a 2018 quando fizemos no segundo turno 17% e este ano 25%. O retorno do Lula à presidência da república, significa a abertura do Brasil ao diálogo e relações internacionais, como já demonstraram todos os países, inclusive o caso da Noruega que já anunciou que voltará a investir na preservação da Amazônia. Internamente, o presidente Lula terá a grande tarefa de pacificar o país, ampliar o diálogo com todos os governadores, judiciário, executivo e legislativo, cumprir o que diz a Constituição. Ampliar a discussão popular na questão do orçamento com a participação da sociedade civil, estimular a criação de conselhos, valorização e ampliação das nossas universidades. Dar apoio a agricultura familiar e preservação ambiental, este um modelo importante para atrair investidores e Lula tem toda capacidade de fazer isso e está construindo uma grande aliança com todos os democratas deste país”, analisou Benetti.
Uma campanha diferente
O presidente do PT de Canela Júlio Nogueira, avaliou como diferente de todo processo eleitoral que participou. Citou o receio de muitas pessoas em se manifestarem, discurso de ódio, pressões, além das fake news. “Já participei, de muitas campanhas para presidente da república, mas esta foi totalmente diferente. Não estávamos apenas para ganhar uma eleição e sim a sobrevivência de nossa jovem democracia. Nestas eleições, observamos demasiadamente, a presença do medo da população em se posicionar politicamente. Muitas vezes, ouvíamos relatos de pressões de empregadores, para que votassem no candidato Bolsonaro. Isto foi uma prática generalizada por todo o Brasil. Foi uma eleição marcada além da cultura do medo também das fake news”, descreveu.
Nogueira também mencionou das articulações políticas, principalmente no segundo turno no entorno da candidatura de Lula e do desempenho eleitoral do petista.
“Procuramos neste segundo turno, outros partidos, mesmo não sendo do campo tradicional de aliança, solicitando apoio para nosso candidato, pois na minha visão o que estava em jogo era algo maior que uma simples vitória e sim, o nosso regime democrático. A votação do candidato Lula, na nossa avaliação, poderia ter sido bem maior, não fosse o preconceito com ideias mais progressistas que defendemos, onde as opiniões das pessoas são levadas em consideração na elaboração de políticas públicas para beneficiar a maioria da população. Nos períodos dos governos Lula e Dilma, Canela e Gramado, experimentaram o avanço dos projetos dos nossos governos”, finalizou.
Texto: Tiago Manique – [email protected]