Tiago Manique
REGIÃO – “Vamo, vamo, Toque, vamo, vamo Toque”! Cerca de 30 torcedores cruzaram a estrada até o ‘Coração do Rio Grande’, partindo rumo a Santa Maria no sábado (14) para a final do Estadual Sub-15. Quando começaram a entoar este tradicional canto, era o combustível que faltava para abrir a porteira do Rio Grande do Sul para a conquista da taça por parte da ATLF diante do União Independente.
Exatamente neste momento no ginásio Farrezão, faltando sete minutos para encerrar a partida, Kauê deu um passe açucarado para Neander que com a perna esquerda, que não é a preferencial, bateu forte na ‘furquilha’, ângulo esquerdo do goleiro Rodrigo fazendo 1 a 0 para a ATLF. O garoto correu aos torcedores e emocionado abraçou os pais agarrado nas redes.
Esta foi a oportunidade de respirar fundo e amenizar a tensão, mas antes disso, no primeiro tempo e até momentos antes do gol, teve outro personagem desta triologia campeã que ganhou capítulos especiais. O goleiro Eduardo, assim como em toda competição, manteve a regularidade e na decisão incorporou alma copeira e fechou a meta.
No primeiro tempo fez importantes intervenções, mas na segunda etapa operou três milagres daqueles que o fazem merecer ser chamado de ‘Santo Eduardo’, aliás foram cinco minutos em que o União Independente pressionou, sendo que em um dos lances o camisa 1 fez duas defesas consecutivas, uma ele estava deitado.
No coletivo, esta engrenagem funcionou. Quem saiu jogando e aqueles que entraram jogaram de forma igualitária, tudo se encaminhava para a taça e de fato o carimbo final da conquista chegou.
Faltando quatro minutos, a certeza do título inédito. Em lance que aparentava despretensioso, Kauê chutou a bola que não saiu dos seus pés com muita força, mas parecia que ela sob os olhares da torcida que lá estava e de outros milhares a distância, fez com que entrasse, estufando a rede, balançando a meta adversária.
O gol derradeiro era o que precisava para decretar a taça em nível estadual conquistada para a modalidade pela primeira vez na história de Gramado e Canela. Título este que não se fez apenas dentro de quadra e somente foi possível porque a ATLF formou durante toda competição não somente um grupo, mas sim uma família que acreditou desde o dia 8 de junho, data da estreia, e esperou até 14 dezembro para gritar “é campeão”!
Os nomes dos gols
A partida estava tensa e durante o segundo tempo o União Independente parava nas mãos de Eduardo, mas faltando sete minutos apareceu o primeiro gol da ATLF. Neander, de perna esquerda fez um golaço e o atleta em entrevista no programa Redação JI na Rádio Integração Digital, mencionou do momento do gol, falou da importância e do técnico Léo Frazão neste processo do título. Ele confessou que desde o início acreditava na conquista do título pela qualidade do grupo.
“Foi muita emoção naquele momento do gol e foi um lance ensaiado, nada foi por acaso. Desde o início do campeonato eu vi que tínhamos qualidade e o professores no ajudando, família também muito importante e formamos um grupo de grandes amigos. Quero também destacar o Léo Frazão [técnico], pessoa companheira muito me ajudou, jogamos várias vezes contra e agora somos amigos, ele confiou em mim e só tenho que agradecer”, comentou.
Outra peça fundamental, autor do segundo gol, foi Kauê. Logo após a entrevista do companheiro Neander, ele atendeu a reportagem da Rádio Integração Digital e lembrou do segundo gol marcado e emocionado pelo feito, esqueceu de celebrar uma comemoração que havia combinado.
“Foi incrível, estava muito confiante em fazer o gol e feliz em chegar naquele momento e receber o passe de Rian. Tinha combinado em fazer uma comemoração diferente, mas na hora fui comemorar no calor da torcida”, explicou.
Sua família e a que fez atuando pela ATLF, além da quase desistência de continuar jogando e os grandes conselhos de Léo Frazão foram pilares importantes, segundo Neander, para esta conquista.
“Família é muita significativa para mim, meu pai quando cheguei em casa me deu um abraço foi algo incrível, meus irmãos e mãe sempre me apoiando e todos mesmo a distância no jogo final sempre mandando mensagens de apoio. Outra família que conquistei foi este grupo de atletas, o Cláudio [gestor da ATLF] pelo convite e o Léo [técnico] que foi um paizão, muito profissional dentro e fora de quadra. É uma pessoa que qualquer coisa vai te ajudar, teve momentos que queria parar e ele foi me incentivando e aí com este envolvimento me fez continuar e graças a isso sou campeão estadual”, finalizou.