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Av. das Hortênsias: qual a solução para evitar engavetamentos nas faixas?

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CANELA/GRAMADO – Construção de passarelas, semáforos inteligentes e direção defensiva. São várias as soluções sugeridas e discutidas pelos usuários da Avenida das Hortênsias (ERS-235) em relação às faixas de segurança situadas no trecho entre Canela e Gramado. Pintadas com intuito de proporcionar segurança na travessia dos pedestres, as faixas confundem os condutores e acabam resultando em engavetamentos frequentes.

Os visitantes estão habituados a parar para os pedestres em todas as faixas situadas na área central das duas cidades. Mas afinal de contas, como proceder com as travessias pintadas na rodovia? É este dilema que acaba gerando acidentes, já que muitos motoristas, especialmente os turistas, acabam levando em conta o mesmo critério do centro e parando também na rodovia.

O trecho entre as duas cidades possui 18 faixas duplas de travessia de pedestres, ou seja, nove em cada sentido. Segundo funcionários de empresas situadas na beira da rodovia, os pontos que mais somam ocorrências de engavetamentos ficam juntoàs lombadas eletrônicas no bairro Carniel (em frente à Florybal) e na Avenida Central (em frente a AC Iluminações).

Leonardo Santos/JIH – Comunidade discute possíveis ações que aumentariam a segurança e sanariam os frequentes problemas na rodovia

“Quase todos os dias ocorrem engavetamentos aqui. É difícil não acontecer alguma coisa.Geralmente, quem para na faixa de segurança é o turista. Eu já conversei com os policiais (Polícia Rodoviária Estadual) e eles falaram que não é obrigatória a parada, mas o turista enxerga a sinalização e acaba parando. É sempre o turista que para e daí dá aquela bateção de boca, buzinas, é até feio. Eu acho que uma passarela seria a melhor opção para não obstruir o trânsito”, declarou Luis Goulart, funcionário daFlorybal. Goulart afirmou também que a maioria dos incidentes ocorrem após às 17h.

De acordo com Gilmar de Oliveira, colaborador do restaurante Augustu´s há dois anos, o fluxo de pessoas que já é pujante de segunda à sexta-feira, fica ainda maior nos sábados, domingos e feriados, tornando comuns episódios de engarrafamentos e engavetamentos em decorrência da imprudência dos condutores e pedestres.

“É muita loucura, ali é onde mais dá engavetamento (se referindo as duas faixaslocalizadas em frente a AC Iluminações e a Lojas TaQi, respectivamente). A partir deste mês (abril), vai começar o movimento. Aqui já deveria ter uma passarela, está muito atrasado. Do jeito que está, não dá. Hoje, quinta (31), está tranquilo, no final de semana é muito pior”, desabafou.

Leonardo Santos/JIH

Enquanto a reportagem circulou pelos dois pontos, mais de 50 pessoas fizeram a travessia da Avenida das Hortênsias, a maioria fora da faixa destinada aos pedestres.

DIREÇÃO DEFENSIVA – O Jornal Integração consultou a instrutora do CFC Modelo, TatieliMartins, sobre o assunto. Ela orienta aos motoristas que adotem a direção defensiva, reduzindo a velocidade e acionando o pisca-alerta quando estiverem se aproximando da faixa.

“Minha orientação como instrutora teórica é pedir para que os condutores reduzam a velocidade ao se aproximar das faixas e, em seguida, liguem o pisca-alerta para alertarem os motoristas que vem atrás. O pedestre deve ser responsável em visualizar se, realmente, está em segurança para atravessar. Estamos falando de uma rodovia com velocidade de 60km/h. As faixas são colocadas nas vias para um alerta aos condutores para que eles entendam que há o deslocamento de pedestres nessa faixa de origem. Pela nossa legislação são permitidas as faixas em rodovias, sendo o condutor autuado com multa gravíssima, (sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação e multa no valor de R$ 293,47), se colocar o pedestre em perigo”, ressaltou ela.

A instrutora também apontou duas ações que poderiam dar mais segurança ao trecho, citando reforço na sinalização e até a implantação de semáforos. “Teria que fazer um estudo prévio para essas faixas serem colocadas onde há mais visibilidade e sinalização, inclusive com linhas de estímulo para a redução de velocidade. Sinaleiras (semáforos) também reduziriam o perigo para pedestres e motoristas”, ponderou.

Atropelamentos correspondem a 13% dos acidentes

De acordo com o levantamento da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), 23 acidentes com lesão corporal ocorreram entre os km 35 e km 40, na ERS-235, em 2021. Destes, três foram atropelamentos, o que corresponde a 13% do total, além de três colisões traseiras, que resultaram em danos materiais. Neste ano, dois acidentes foram registrados após paradas repentinas de veículos enquanto pedestres faziam a travessia da faixa. Nas duas oportunidades ocorreram apenas danos nos veículos.

Para evitar tragédias, o tenente CléuMinuzzo, comandante do Pelotão Rodoviário de Gramado, também exaltou a direção defensiva, alertando pedestres e condutores para que tenham atenção quando atravessarem ou trafegarem na via. Ele destacou que a população não deve caracterizar as faixas como vilãs causadoras dos acidentes.

“A questão é: as faixas de segurança não são as vilãs na causa de atropelamento ou engavetamento, uma série de fatores pode contribuir, então, aos motoristas, algumas orientações; atenção na direção, respeito a sinalização e aos limites de velocidade e de distância segura em relação ao veículo da frente e aos pedestres; certifiquem-se de que o motorista tenha lhe avistado e que ele consiga parar com segurança sem causar acidente, só então inicie a travessia”, orientou.

Minuzzo defendeu que os locais em que as faixas estão implantadas foram escolhidospor equipes especializadas, que estudaram a engenharia de trafegabilidade e acidentalidade de rodovias. “Cada localidade tem suas características próprias, a exemplo da rodovia que liga Gramado e Canela, o trecho é um importante polo comercial. Sem as faixas de segurança, as travessias seriam mais perigosas”, opinou.

 “As faixas trazem mais segurança ou perigo?”

Essa foi a pergunta que o JI direcionou aos internautas por meio da página do Jornal no Facebook. A maioria das manifestações foi negativa, reprovando a existência das faixas na rodovia e condenando a atitude tanto de motoristas que param quanto de pedestres que se ‘atiram’ na estrada. Até ontem, a publicação obteve 270 comentários, sendo 145 homens e 96 mulheres.

Cláudio Costa – “As faixas deveriam ser substituídas por passarelas, mas falta o interesse. Faço o trajeto desde quando não havia a ERS-235 duplicada. Devido ao fluxo de veículos de carga, as faixas de segurança se tornam um perigo aos veículos leves e pedestres. Uma colisão traseira pode ocorrer. Outra solução é a implantação de faixas elevadas, com muita sinalização para evitar acidentes, pois pelo Código do Denatran essas lombadas podem ser com o fluxo de 40 km/h”.

Daniela Souza – “Se você para corre o risco de um vir atrás e bater, tendo que arcar com o prejuízo. E se não para, atropela a pessoa. É complicado! A melhor solução, sem dúvidas, seria a implantação de passarelas. Tem muito turista sem noção, eles nem olham para o lado. Quando você os vê já estão atravessando”.

Fábio Santos – “O que deveria existir são mais informações para motoristas e pedestres. Essas faixas apresentam risco para ambos. Já presenciei motoristas pararem numa das pistas e na do lado outros motoristas passarem direto, quase atropelando os pedestres.Acredito que um simples folheto informativo, distribuído pelos pedágios, poderia resolver grande parte do problema. Pois quem mais para nas faixas são turistas com carros alugados. Eles acham interessante nosso respeito dentro da cidade e querem fazer o mesmo na rodovia”.

Adilson Castilhos – “A passarela seria o ideal e mais segura, barato não é, mas se tratando de segurança e de vidas, não tem preço. Quanto a parar em faixa de segurança, não concordo, porque, além de colocar a vida de quem está na faixa em risco, vai colocar de mais pessoas do trânsito também, porque é muito movimento e tem muito turista quenão respeita o trânsito. Já tiveram vários acidentes e mortes por essas paradas na faixa”.

Eduardo Narciso Jr – “Eu não paro! E, em minha opinião, deveriam retirar as faixas e colocar outra indicação para que os pedestres saibam quais são os pontos mais seguros para atravessar, e que informe que a parada de veículos não é obrigatória”.

Gilberto Bratz – “Não é para os motoristas que deve ser feita essa pergunta e sim para os pedestres. Pela lei brasileira, a faixa de segurança em rodovias é uma sinalização onde seria um lugar adequado para se cruzar a rodovia. O motorista não é obrigado a parar. Então, vamos orientar os pedestres, principalmente nossos turistas. Mas é muito mais fácil multar quase que diariamente a população dos veículos do que fazer uma devida orientação sobre as faixas de segurança”.

Caminhão colide contra árvore após desviar de carro que parou na faixa

Cláudio Scherer/JIH

GRAMADO –Um caminhão colidiu contra uma árvore, no canteiro central da avenida das Hortênsias, ERS-235, após desviar de um carro que parou na faixa de segurança para que pedestres fizessem a travessia da via. O acidente, que teve apenas danos materiais, ocorreu em frente ao Café Coelho, próximo a lombada eletrônica, no bairro Carniel.

Conforme o que o Jornal Integração apurou, o cilindro do freio do caminhão de pequeno porte acabou estourando quando ele tentou parar. O motoristaJoel Alcindo Borgmannainda conseguiu desviar do veículo parado, atingindo-o de raspão, evitando uma tragédia, já que três pessoas atravessavam a via na ocasião.

“Acabou estourando o cilindro do freio. Para não bater violentamente no carro que estava na frente, optei por tirar fora, mas tinha a árvore. Houve uma falha mecânica, senão eu iria conseguir segurar e não bater”, comentou Borgmann, que não possuía seguro do veículo e terá que arcar com todos os custos do estrago.

O motorista depende do caminhão para executar fretes para empresas ligadas ao setor moveleiro e comercial. Com a perda, Borgmannestá locando outro veículo para continuar prestando os serviços. Ele faz coro às reclamações direcionadas as faixas de pedestres e paradas repentinas.

“Já é terceira vez que tenho que brecar para não bater (próximo as faixas). O cara aponta o pé na faixa de pedestre e os turistas simplesmente param. É triste, é uma coisa que me revolta.Perdi meu ganha pão e estou tendo que locar um caminhão para não perder os serviços fixos. Eu tenho que estar lá (prestando os serviços), se eu perder aquilo, posso abandonar tudo. Já vi o pessoal falando que eu estava no celular ou soltar piadinha. Eu não estava, só eu sei o que passei e o que eu fiz para salvar vidas”, descreveu ele, que optou por desviar o carro que parou na sua frente e acertou a árvore para não colidir frontalmente com outro veículo se invadisse a pista contrária.

1 COMENTÁRIO

  1. Já sugeri aos prefeitos, tanto o Fedoca quanto o Nestor que fizessem 4 passarelas temáticas (Natal Luz, Festival do Cinema, Festa da Colônia e Chocofest – ou as datas que preferirem). Em cada uma fizesse uma licitação para locação do espaço publicitário por um determinado período, custeando o projeto. Simples.

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